Homilia de P. Irving

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Quarta-feira,16 de julho

Pe. Irving Gabriel Amaro Ramayo, C.M.


É um verdadeiro prazer para mim celebrar esta Eucarístia, esta ação de graças na Capela da Medalha Milagrosa, no lugar que deu origem à nossa caminhada onde milhares de jovens têm agora os olhos postos, pela importância que a nossa mãe tem nas suas vidas. Maria está presente na vida dos jovens da JMV ou em alguma Associação Mariana de muitas regiões do mundo; que colaboram na construção do projeto de Deus, porque acreditam que é possível um mundo melhor.

Agradeço a Deus, por permitir encontrarmo-nos neste dia e pela presença de cada um de vocês, e por todos os que tornaram possível este Encontro.

Estamos unidos pela mesma tarefa: "Acompanhar os jovens e os assessores de diferentes países", de diferentes realidades, situações, idades, sonhos e esperanças, para encontrar o caminho da alegria, da felicidade, do serviço aos mais desfavorecidos; colaborando com o projeto de amor que Jesus nos confiou. Durante estes dias partilharemos a vida, as nossas experiências de trabalho e as nossas preocupações; com a mesma fé em Jesus Cristo que nos convida a estar com os mais pequenos, os vulneráveis, aqueles que podem cair na exclusão, não somente pelas suas preocupações e ideias, mas porque é uma tendência mundial: excluir os jovens.

A monição de entrada indicava como Isaías chama Assíria "vara" e "bastão" dois sinais para uma cidade. O Profeta quer que o povo tome consciência do estilo de vida que levava. Porquê uma vara? A vara serve para punir, por uma falta de responsabilidade, de respeito, pela desobediência. De quem? Do povo desobediente à aliança. Porquê o bastão? O bastão tem um significado positivo: porque acompanha quem caminha, ajuda a seguir em frente, a remover o que pode prejudicar-lhe no caminho, estimula-te, permite apoiar-te quando estás cansado, e tudo isso para não permanecer no mesmo lugar.

Que Jesus seja o nosso bastão para ajudar-nos a caminhar, para apoiar-nos e continuarmos a avançar, para seguir em frente apesar das dificuldades que possamos encontrar, ou seja, não há que perder-nos no caminho ou desanimar. A leitura de hoje convida-nos a fortalecer o nosso caminho na fidelidade ao projeto de Jesus. E neste momento em que nos encontramos, para fortalecer o acompanhamento aos jovens, que Jesus seja o nosso bastão e nós o bastão dos jovens.

Na mesma linha, no Evangelho: Jesus não leva em conta somente aqueles que colocam a sua segurança na inteligência, nos seus dons; alegra-se também com aqueles que abrem o coração à sua Palavra, ao seu mistério, ao seu desígnio de amor e entrega. Na época de Jesus, a novidade trazida pelo Evangelho, não foi fácil de aceitar nem de compreender, porque ela veio do filho de um carpinteiro. Isto confirma a escolha do Pai “assim pareceu-te bem” (v.20). Hoje é comum ao homem ter a mesma reação: exclui Deus da sua existência, consciente ou inconscientemente, o homem rejeita Deus, fecha-se na sua própria opinião, não sabe encontrar a verdadeira alegria. O caminho da alegria deve ser promovido, ou seja, ajudar os jovens a encontrar este caminho, e ajudando-os, também nos ajudamos a nós mesmos!

Quero aconselhar-vos a terem uma atenção especial para com todos aqueles que responderam ao chamamento, aos que estamos aqui. Que possamos ajudar-nos mutuamente e partilhar as nossas experiências e os nossos esforços. Abramos nosso espírito e nosso coração à partilha, deixemo-nos conhecer e aprendamos uns com os outros; não sejamos como os reis de Judá, Acaz e Ezequiel, como diz a leitura do profeta Isaías, que preferiram buscar a segurança nas suas ideias e esqueceram-se de que o Reino de Deus implica: esforço, abertura, um novo olhar, uma nova escuta, novos desafios, falar sobre as novas realidades.

Sei que a língua pode ser uma das nossas fronteiras mas temos uma língua que não tem fronteiras, que é a linguagem do amor; que nos convida a quebrar as barreiras mentais para ser pessoas mais humanas com uma atitude de acolhimento ao outro, a fim de não perder a esperança de um amanhã melhor. O nosso Papa Francisco convida os jovens a não ficar na fila de espera, mas a estar na primeira fila, em frente. Necessitamos de assumir compromissos reais para realizar o plano de Deus, que significa: com Ele jogamos na primeira linha.

Que o Espírito Santo nos ilumine e a Virgem Maria, como mãe nos fortaleça e nos anime a continuar a servir com alegria!